segunda-feira, 21 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
quinta-feira, 17 de julho de 2008
30 vantagens para uma mulher ter um marido ou namorado crossdresser
1. Você pode ter ambos um namorado e uma amiga que não se importa em te esperar, enquanto você faz compras;
2. Ele vai te dar uma opinião sincera, sem inveja, sem competição ou falsos elogios;
3. Você sempre vai ter uma amiga que não vai te apunhalar pelas costas;
4. Uma amiga para fazer compras e bater papo;
5. Ele não fica falando de futebol, carros e sexo;
6. Você pode dobrar o seu guarda-roupa, se ele usar o mesmo manequim que você;
7. Se ele tiver um acessório perfeito, combinando com o vestido que você acabou de comprar, ele vai te emprestar sem fazer cara feia;
8. Já ficou pensando bastante a respeito de dar um presente diferente e sempre dar as mesmas camisas, meias, lenços? Pelo menos ele é mais fácil de se presentear e pode ser um presente para você mesma!;
9. Se você comprar alguma coisa para casa, ele nunca vai reclamar que é delicado ou feminino demais;
10. Ele gosta de fazer compras com você e ainda carrega as compras sem reclamar;
11. Ele não vai reclamar quando você precisar de um manequim, enquanto você costura;
12. Ele não vai reclamar de você assinar todas as revistas femininas;
13. Ele vai responder junto com você as perguntas das revistas sobre relacionamento e comportamento;
14. Ele vai ser solidário quando você não se depila;
15. Ele aceita que você use o armário dele;
16. Ele não reclama quando a lingerie é deixado pendurado no banheiro;
17. Ele vai ser mais paciente com suas amigas;
18. Os amigos dele não vão ficar bebendo cerveja e assistindo futebol;
19. Ele gosta de muitos dos seus programas de televisão;
20. Ele te leva no cinema para assistir filmes de sensibilidade e não de ação;
21. Ele sabe que quando você esta de salto alto, ele tem que andar devagar;
22. Ele sabe esperar, sabe que uma mulher não se prepara em 15 minutos, quando vocês saírem;
23. Ele é mais compreensivo, e ele saberá que quando uma mulher estiver down o melhor que ele tem para fazer é te levar no shopping e fazer compras;
24. Ele é carinhoso, sabe a melhor forma de fazer amor, sabe onde te tocar e te dedica mais tempo nas carícias preliminares;
25. Ele sabe tirar aquela lingerie caríssima que você tanto gosta, quando você estiver usando;
26. Ele sabe como lavar peças delicadas;
27. Ao menos a tábua da toalete, vai estar abaixado;
28. Você nunca vai ter de se preocupar em ele estar traindo você com outra mulher, ele é a outra mulher;
29. Ele sabe tratar uma mulher com carinho e respeito;
30. Ele é mais sensível, carinhoso, compreensivo e companheiro que os outros homens.
Talvez um ser humano mais completo.
2. Ele vai te dar uma opinião sincera, sem inveja, sem competição ou falsos elogios;
3. Você sempre vai ter uma amiga que não vai te apunhalar pelas costas;
4. Uma amiga para fazer compras e bater papo;
5. Ele não fica falando de futebol, carros e sexo;
6. Você pode dobrar o seu guarda-roupa, se ele usar o mesmo manequim que você;
7. Se ele tiver um acessório perfeito, combinando com o vestido que você acabou de comprar, ele vai te emprestar sem fazer cara feia;
8. Já ficou pensando bastante a respeito de dar um presente diferente e sempre dar as mesmas camisas, meias, lenços? Pelo menos ele é mais fácil de se presentear e pode ser um presente para você mesma!;
9. Se você comprar alguma coisa para casa, ele nunca vai reclamar que é delicado ou feminino demais;
10. Ele gosta de fazer compras com você e ainda carrega as compras sem reclamar;
11. Ele não vai reclamar quando você precisar de um manequim, enquanto você costura;
12. Ele não vai reclamar de você assinar todas as revistas femininas;
13. Ele vai responder junto com você as perguntas das revistas sobre relacionamento e comportamento;
14. Ele vai ser solidário quando você não se depila;
15. Ele aceita que você use o armário dele;
16. Ele não reclama quando a lingerie é deixado pendurado no banheiro;
17. Ele vai ser mais paciente com suas amigas;
18. Os amigos dele não vão ficar bebendo cerveja e assistindo futebol;
19. Ele gosta de muitos dos seus programas de televisão;
20. Ele te leva no cinema para assistir filmes de sensibilidade e não de ação;
21. Ele sabe que quando você esta de salto alto, ele tem que andar devagar;
22. Ele sabe esperar, sabe que uma mulher não se prepara em 15 minutos, quando vocês saírem;
23. Ele é mais compreensivo, e ele saberá que quando uma mulher estiver down o melhor que ele tem para fazer é te levar no shopping e fazer compras;
24. Ele é carinhoso, sabe a melhor forma de fazer amor, sabe onde te tocar e te dedica mais tempo nas carícias preliminares;
25. Ele sabe tirar aquela lingerie caríssima que você tanto gosta, quando você estiver usando;
26. Ele sabe como lavar peças delicadas;
27. Ao menos a tábua da toalete, vai estar abaixado;
28. Você nunca vai ter de se preocupar em ele estar traindo você com outra mulher, ele é a outra mulher;
29. Ele sabe tratar uma mulher com carinho e respeito;
30. Ele é mais sensível, carinhoso, compreensivo e companheiro que os outros homens.
Talvez um ser humano mais completo.
O Que é ser Crossdresser ?
O texto abaixo foi escrito por VeroniKa Schneider e publicado no site Casa da Maitè.
Oi pessoal,
Entre todas as diversidades de transgêneros, podemos afirmar que as crossdressers constituem um dos grupos de maior complexidade. Geralmente confundidas com as travestis ou com as drag queens, em virtude do fator comum que é o uso de roupas femininas, as CD´s, entretanto e apesar de todas as afinidades, possuem características próprias e intransferíveis, relacionadas diretamente com o trânsito possível entre os universos masculino e feminino. Criar artificialmente uma definição geral e fechada, capaz de responder à pergunta que dá título a este discurso, seria ? a meu ver ? apenas instituir mais um rótulo limitado e, por isso mesmo, incapaz de englobar todas as variáveis possíveis e divergentes. Por um lado, isso não significa exatamente que estejamos abordando um comportamento e uma realidade tão inacessíveis ao ponto de podermos afirmar a impossibilidade de uma delimitação conceitual; mas por outro, significa que essa delimitação é muito mais ampla e abrangente do que simplesmente declarar, por exemplo, que CROSSDRESSER é um homem que esporadicamente e por motivos relacionados com a sua libido ou com as suas pulsões sexuais, cultiva o hábito de usar roupas femininas.
Infelizmente e até o presente momento, a grande maioria das tentativas de obtenção de respostas eficientes têm, aparentemente, sempre passado em primeiro lugar pelo plano das cogitações sexuais, muito bem fundamentadas através da utilização de teorias psicanalíticas, principalmente as de orientação freudiana.
O resultado desse posicionamento teórico diante da questão de comportamento proposta, é o de que, quase sempre, a grande maioria dos ?especialistas? no assunto acaba, de uma forma praticamente incondicional, (apesar de não ser essa uma regra geral) incluindo as crossdressers no grupo dos indivíduos transgressores dos padrões sociais aceitáveis, podendo portanto, as suas atitudes serem caracterizadas como ?desvio?, ?disforia?, ?distúrbio? ou até mesmo como ?perversão? sexual, entre outras catalogações possíveis e, evidentemente, acompanhadas das respectivas metodologias recomendadas de ?cura?, através de análises e de terapias.
É, também, a partir desse raciocínio que o comportamento de uma crossdresser pode acabar sendo diagnosticado ? de forma incorreta, é claro ? como alguma modalidade de psicopatia, como por exemplo a esquizofrenia, alegando-se, para tanto, a fragmentação da personalidade CD em duas identidades ? uma masculina e outra feminina ? gerando inevitavelmente entre elas, um conflito que, teoricamente, resultaria numa perda, parcial ou completa, de contato com a realidade.
Ou ainda, numa atitude mais branda do que essa, simplesmente designando o comportamento crossdresser como um evento fundamentalmente excêntrico, permeado por anormalidades dos pensamentos e dos afetos, constituindo assim, uma outra modalidade de distúrbio esquizotípico. Todas essas considerações, no entanto, me parecem ser exclusivamente construídas por ?observadores externos? que se julgam capazes de determinar cientificamente uma coletânea de fundamentos e de valores que seriam suficientes para delimitar a nossa condição diante desse conjunto que chamamos de sociedade. Sem apelar para os excessos de radicalismo ou de repulsa frente a essas possibilidades, podemos até considerar que em determinados casos individuais, e muito específicos, algumas dessas definições citadas possam ser aplicadas de forma coerente ? pois não podemos refutar a viabilidade da fusão do crossdressing com outras manifestações da sexualidade, tais como o ?fetichismo? ou o ?voyerismo?, por exemplo ? mas sem que tenhamos a necessidade ou mesmo a obrigatoriedade de aceitar que todas essas definições psicanalíticas possam ser tomadas como verdades absolutas, irrefutáveis, ou ainda que todas elas possam ser aplicadas da mesma forma coerente em todos os casos gerais.
Dessa forma, se algumas autoridades, como Stekel (1922, 1933) e Allen (1949), acreditam que ?o homossexualismo seja a base primária ou principal do travestismo (e por extensão de raciocínio, também do crossdressing) e que, mesmo quando os travestis (e CD´s) não praticam abertamente atividades homossexuais, eles inconscientemente gostariam de praticá-las?, ou ainda, outras autoridades como Brown (1960), Kinsey, Pomeroy, Martin e Gebhard (1953), Overzier (1958), Storr (1957) e Thomas (1957), insistem em afirmar que ?a maioria dos travestis, inclusive DRAG QUEENS e CROSSDRESSERS, são heterossexuais em suas inclinações mas ainda assim se sentem EXCITADOS quando vestem roupas do outro sexo?; nós mesmas, crossdressers posicionadas no outro lado desse discurso, também podemos levantar as nossas próprias hipóteses, bem como também as nossas suspeitas de que talvez essas autoridades pertencentes ? não ao nosso grupo, mas ao grupo dos psicólogos, dos psicanalistas, dos psiquiatras, dos terapeutas em geral, bem como dos administradores de manicômios ? possam estar, além de todos os seus interesses científicos ? também motivadas inconscientemente pelo desejo de expansão e manutenção do mercado do desequilíbrio e da loucura, ao nos oferecerem as suas respostas patológicas, intrinsecamente relacionadas com os aspectos sexuais da questão e que nós mesmas podemos e devemos considerar como secundários.
Em decorrência desta divergência de pontos de vista, talvez a resposta para a pergunta: ? ?O que é ser crossdresser?? possa ser melhor explicitada por nós mesmas CD´s, diante do espelho de nossas almas, através de um verdadeiro mergulho pessoal dentro das nossas personalidades, descartando parcialmente as hipóteses sexuais e psicológicas e utilizando outros instrumentos de análise e interpretação.
Ao realizarmos esse mergulho, descobrimos que o primeiro fato recorrente e universal, comum a todas as CD´s, é o de que as primeiras manifestações do crossdressing sempre acontecem bem cedo, geralmente entre os quatro e seis anos de idade ou, mais tardiamente, até no máximo a idade de dez ou onze anos e ? portanto ? sempre muito antes das primeiras manifestações e descobertas da sexualidade. Este talvez seja o primeiro dado importante que podemos utilizar para iniciar as nossas conclusões, pois determina a INEXISTÊNCIA de um vínculo absoluto entre a personalidade de uma crossdresser e as suas eventuais opções de sexualidade (o que é facilmente comprovado através da simples observação de que podemos encontrar CD´s heterossexuais, CD´s homossexuais, CD´s bissexuais, etc.) e nos leva a afirmar que descobrimos a nossa identidade de gênero feminino sempre muito antes de conseguirmos perceber as diferenças sexuais existentes entre homens e mulheres. Evidentemente é exatamente esse fato que determina a inviabilidade das interpretações psicológicas, apoiadas nas argumentações sexuais, e que procuram demonstrar que o crossdressing tenha o homossexualismo como base fundamental, mesmo que isso possa ser verdadeiro em alguns casos isolados e específicos, ou seja, as causas não podem ser confundidas com as conseqüências. Um outro aspecto interessante a ser observado, é o de que a idade em que as primeiras manifestações do crossdressing acontecem, corresponde exatamente com a fase em que estamos começando a ter um contato mais direto com todos os mecanismos da linguagem, inclusive aprendendo a ler e a escrever, e aprendendo a interpretar os signos que utilizamos para representar o meio-ambiente social no qual vivemos.
E é este, o segundo dado importante que podemos utilizar na busca da nossa resposta e que me leva a sugerir que, muito provavelmente, a Filosofia e a Semiótica (através de algumas das suas subdivisões, como a Teoria dos Signos e a Teoria da Linguagem) sejam ? a meu ver ? os aparelhos teóricos mais indicados e eficientes que podemos utilizar para analisar a nossa própria condição de CD´s e encontrar uma resposta abrangente, que sirva para todas nós, mesmo que sejamos heterossexuais, homossexuais, bissexuais, ou mesmo que sejamos fetichistas, voyeristas, mulheres bem-comportadas ou pervertidas em nossas opções de sexualidade.
Através da utilização dessas duas teorias, podemos postular a existência de dois universos distintos, constituídos por SIGNOS verbais e signos não-verbais: um universo FEMININO e um outro universo MASCULINO, cada um deles oferecendo-nos os seus campos repertoriais particulares. Para exemplificar, uma saia ou um vestido, são signos não-verbais com os seus significados associados ao universo feminino, enquanto uma calça ou uma gravata estão associados ao universo masculino. Entretanto, esse conceito pode ser desdobrado infinitamente em milhares de outras variáveis que não apenas às de vestuário.
Os gestos, os perfumes, o jeito de andar ou de sentar, o modo racional ou intuitivo de pensar sobre as coisas, as palavras escolhidas em um diálogo, bem como os temas discutidos, a entonação da voz, as cores, os esportes, as atitudes, e quase todas as coisas que possamos imaginar, pertencem a um ou ao outro desses dois universos. Nós, as crossdressers, escolhemos o universo feminino para habitar, do mesmo modo que a maior parte das mulheres genéticas, e mesmo que tenhamos, por força de circunstâncias variadas, que estar também presentes no outro lado, o masculino. Portanto, podemos afirmar, com certeza, que crossdresser NÃO é um homem que esporadicamente e por motivos relacionados com a sua libido ou com as suas pulsões sexuais, cultiva o hábito de usar roupas femininas, porque na verdade a crossdresser, apesar de ter um sexo masculino, possui o gênero feminino, como TODAS as outras mulheres e este gênero existe num plano SIMBÓLICO e não físico, fazendo com que o sexo seja apenas um aspecto secundário dentro desse panorama. Evidentemente, sentimos prazer ao nos vestirmos como mulheres, da mesma forma que sentimos prazer em nos arrumar e sentir que somos mulheres bonitas, como todas as outras, mas este prazer (termo que poderia ser melhor substituído por FRUIÇÃO) quase sempre NÃO está ligado à excitação sexual, embora essa excitação seja possível e, ao meu ver, não deva ser algo condenável e muito menos considerado como proibido.
Quanto à questão da fragmentação da personalidade, que afirma a condição de uma CD como um ser ambíguo, portador de duas identidades, uma masculina e outra feminina, habitando um mesmo corpo, podemos dizer que acontece exatamente o contrário: não existe uma personalidade fragmentada e dupla em uma crossdresser autêntica, porque a nossa personalidade é ÚNICA; um TODO indissolúvel que pode ser designado como um duplo-gênero (ou duplo gender) formado pelo nosso sexo biológico masculino, nosso gênero feminino e complementado pela nossa sexualidade, seja ela qual for. E é por tudo isso que devemos nos aceitar do jeito que somos e, ao mesmo tempo, defender o nosso direito irrefutável pela opção que fizemos ao prazer de ?SER E DE ESTAR MULHER? e assim, olhar para o maravilhoso espelho interior das nossas almas e dizer para nós mesmas e para todos aqueles que quiserem nos ouvir:
? Eu nunca estive tão bem quanto hoje, eu sou MUITO FELIZ exatamente assim do jeito que sou, eu sou uma MULHER NÃO-GENÉTICA, eu sou UMA CROSSDRESSER !!!
Entre todas as diversidades de transgêneros, podemos afirmar que as crossdressers constituem um dos grupos de maior complexidade. Geralmente confundidas com as travestis ou com as drag queens, em virtude do fator comum que é o uso de roupas femininas, as CD´s, entretanto e apesar de todas as afinidades, possuem características próprias e intransferíveis, relacionadas diretamente com o trânsito possível entre os universos masculino e feminino. Criar artificialmente uma definição geral e fechada, capaz de responder à pergunta que dá título a este discurso, seria ? a meu ver ? apenas instituir mais um rótulo limitado e, por isso mesmo, incapaz de englobar todas as variáveis possíveis e divergentes. Por um lado, isso não significa exatamente que estejamos abordando um comportamento e uma realidade tão inacessíveis ao ponto de podermos afirmar a impossibilidade de uma delimitação conceitual; mas por outro, significa que essa delimitação é muito mais ampla e abrangente do que simplesmente declarar, por exemplo, que CROSSDRESSER é um homem que esporadicamente e por motivos relacionados com a sua libido ou com as suas pulsões sexuais, cultiva o hábito de usar roupas femininas.
Infelizmente e até o presente momento, a grande maioria das tentativas de obtenção de respostas eficientes têm, aparentemente, sempre passado em primeiro lugar pelo plano das cogitações sexuais, muito bem fundamentadas através da utilização de teorias psicanalíticas, principalmente as de orientação freudiana.
O resultado desse posicionamento teórico diante da questão de comportamento proposta, é o de que, quase sempre, a grande maioria dos ?especialistas? no assunto acaba, de uma forma praticamente incondicional, (apesar de não ser essa uma regra geral) incluindo as crossdressers no grupo dos indivíduos transgressores dos padrões sociais aceitáveis, podendo portanto, as suas atitudes serem caracterizadas como ?desvio?, ?disforia?, ?distúrbio? ou até mesmo como ?perversão? sexual, entre outras catalogações possíveis e, evidentemente, acompanhadas das respectivas metodologias recomendadas de ?cura?, através de análises e de terapias.
É, também, a partir desse raciocínio que o comportamento de uma crossdresser pode acabar sendo diagnosticado ? de forma incorreta, é claro ? como alguma modalidade de psicopatia, como por exemplo a esquizofrenia, alegando-se, para tanto, a fragmentação da personalidade CD em duas identidades ? uma masculina e outra feminina ? gerando inevitavelmente entre elas, um conflito que, teoricamente, resultaria numa perda, parcial ou completa, de contato com a realidade.
Ou ainda, numa atitude mais branda do que essa, simplesmente designando o comportamento crossdresser como um evento fundamentalmente excêntrico, permeado por anormalidades dos pensamentos e dos afetos, constituindo assim, uma outra modalidade de distúrbio esquizotípico. Todas essas considerações, no entanto, me parecem ser exclusivamente construídas por ?observadores externos? que se julgam capazes de determinar cientificamente uma coletânea de fundamentos e de valores que seriam suficientes para delimitar a nossa condição diante desse conjunto que chamamos de sociedade. Sem apelar para os excessos de radicalismo ou de repulsa frente a essas possibilidades, podemos até considerar que em determinados casos individuais, e muito específicos, algumas dessas definições citadas possam ser aplicadas de forma coerente ? pois não podemos refutar a viabilidade da fusão do crossdressing com outras manifestações da sexualidade, tais como o ?fetichismo? ou o ?voyerismo?, por exemplo ? mas sem que tenhamos a necessidade ou mesmo a obrigatoriedade de aceitar que todas essas definições psicanalíticas possam ser tomadas como verdades absolutas, irrefutáveis, ou ainda que todas elas possam ser aplicadas da mesma forma coerente em todos os casos gerais.
Dessa forma, se algumas autoridades, como Stekel (1922, 1933) e Allen (1949), acreditam que ?o homossexualismo seja a base primária ou principal do travestismo (e por extensão de raciocínio, também do crossdressing) e que, mesmo quando os travestis (e CD´s) não praticam abertamente atividades homossexuais, eles inconscientemente gostariam de praticá-las?, ou ainda, outras autoridades como Brown (1960), Kinsey, Pomeroy, Martin e Gebhard (1953), Overzier (1958), Storr (1957) e Thomas (1957), insistem em afirmar que ?a maioria dos travestis, inclusive DRAG QUEENS e CROSSDRESSERS, são heterossexuais em suas inclinações mas ainda assim se sentem EXCITADOS quando vestem roupas do outro sexo?; nós mesmas, crossdressers posicionadas no outro lado desse discurso, também podemos levantar as nossas próprias hipóteses, bem como também as nossas suspeitas de que talvez essas autoridades pertencentes ? não ao nosso grupo, mas ao grupo dos psicólogos, dos psicanalistas, dos psiquiatras, dos terapeutas em geral, bem como dos administradores de manicômios ? possam estar, além de todos os seus interesses científicos ? também motivadas inconscientemente pelo desejo de expansão e manutenção do mercado do desequilíbrio e da loucura, ao nos oferecerem as suas respostas patológicas, intrinsecamente relacionadas com os aspectos sexuais da questão e que nós mesmas podemos e devemos considerar como secundários.
Em decorrência desta divergência de pontos de vista, talvez a resposta para a pergunta: ? ?O que é ser crossdresser?? possa ser melhor explicitada por nós mesmas CD´s, diante do espelho de nossas almas, através de um verdadeiro mergulho pessoal dentro das nossas personalidades, descartando parcialmente as hipóteses sexuais e psicológicas e utilizando outros instrumentos de análise e interpretação.
Ao realizarmos esse mergulho, descobrimos que o primeiro fato recorrente e universal, comum a todas as CD´s, é o de que as primeiras manifestações do crossdressing sempre acontecem bem cedo, geralmente entre os quatro e seis anos de idade ou, mais tardiamente, até no máximo a idade de dez ou onze anos e ? portanto ? sempre muito antes das primeiras manifestações e descobertas da sexualidade. Este talvez seja o primeiro dado importante que podemos utilizar para iniciar as nossas conclusões, pois determina a INEXISTÊNCIA de um vínculo absoluto entre a personalidade de uma crossdresser e as suas eventuais opções de sexualidade (o que é facilmente comprovado através da simples observação de que podemos encontrar CD´s heterossexuais, CD´s homossexuais, CD´s bissexuais, etc.) e nos leva a afirmar que descobrimos a nossa identidade de gênero feminino sempre muito antes de conseguirmos perceber as diferenças sexuais existentes entre homens e mulheres. Evidentemente é exatamente esse fato que determina a inviabilidade das interpretações psicológicas, apoiadas nas argumentações sexuais, e que procuram demonstrar que o crossdressing tenha o homossexualismo como base fundamental, mesmo que isso possa ser verdadeiro em alguns casos isolados e específicos, ou seja, as causas não podem ser confundidas com as conseqüências. Um outro aspecto interessante a ser observado, é o de que a idade em que as primeiras manifestações do crossdressing acontecem, corresponde exatamente com a fase em que estamos começando a ter um contato mais direto com todos os mecanismos da linguagem, inclusive aprendendo a ler e a escrever, e aprendendo a interpretar os signos que utilizamos para representar o meio-ambiente social no qual vivemos.
E é este, o segundo dado importante que podemos utilizar na busca da nossa resposta e que me leva a sugerir que, muito provavelmente, a Filosofia e a Semiótica (através de algumas das suas subdivisões, como a Teoria dos Signos e a Teoria da Linguagem) sejam ? a meu ver ? os aparelhos teóricos mais indicados e eficientes que podemos utilizar para analisar a nossa própria condição de CD´s e encontrar uma resposta abrangente, que sirva para todas nós, mesmo que sejamos heterossexuais, homossexuais, bissexuais, ou mesmo que sejamos fetichistas, voyeristas, mulheres bem-comportadas ou pervertidas em nossas opções de sexualidade.
Através da utilização dessas duas teorias, podemos postular a existência de dois universos distintos, constituídos por SIGNOS verbais e signos não-verbais: um universo FEMININO e um outro universo MASCULINO, cada um deles oferecendo-nos os seus campos repertoriais particulares. Para exemplificar, uma saia ou um vestido, são signos não-verbais com os seus significados associados ao universo feminino, enquanto uma calça ou uma gravata estão associados ao universo masculino. Entretanto, esse conceito pode ser desdobrado infinitamente em milhares de outras variáveis que não apenas às de vestuário.
Os gestos, os perfumes, o jeito de andar ou de sentar, o modo racional ou intuitivo de pensar sobre as coisas, as palavras escolhidas em um diálogo, bem como os temas discutidos, a entonação da voz, as cores, os esportes, as atitudes, e quase todas as coisas que possamos imaginar, pertencem a um ou ao outro desses dois universos. Nós, as crossdressers, escolhemos o universo feminino para habitar, do mesmo modo que a maior parte das mulheres genéticas, e mesmo que tenhamos, por força de circunstâncias variadas, que estar também presentes no outro lado, o masculino. Portanto, podemos afirmar, com certeza, que crossdresser NÃO é um homem que esporadicamente e por motivos relacionados com a sua libido ou com as suas pulsões sexuais, cultiva o hábito de usar roupas femininas, porque na verdade a crossdresser, apesar de ter um sexo masculino, possui o gênero feminino, como TODAS as outras mulheres e este gênero existe num plano SIMBÓLICO e não físico, fazendo com que o sexo seja apenas um aspecto secundário dentro desse panorama. Evidentemente, sentimos prazer ao nos vestirmos como mulheres, da mesma forma que sentimos prazer em nos arrumar e sentir que somos mulheres bonitas, como todas as outras, mas este prazer (termo que poderia ser melhor substituído por FRUIÇÃO) quase sempre NÃO está ligado à excitação sexual, embora essa excitação seja possível e, ao meu ver, não deva ser algo condenável e muito menos considerado como proibido.
Quanto à questão da fragmentação da personalidade, que afirma a condição de uma CD como um ser ambíguo, portador de duas identidades, uma masculina e outra feminina, habitando um mesmo corpo, podemos dizer que acontece exatamente o contrário: não existe uma personalidade fragmentada e dupla em uma crossdresser autêntica, porque a nossa personalidade é ÚNICA; um TODO indissolúvel que pode ser designado como um duplo-gênero (ou duplo gender) formado pelo nosso sexo biológico masculino, nosso gênero feminino e complementado pela nossa sexualidade, seja ela qual for. E é por tudo isso que devemos nos aceitar do jeito que somos e, ao mesmo tempo, defender o nosso direito irrefutável pela opção que fizemos ao prazer de ?SER E DE ESTAR MULHER? e assim, olhar para o maravilhoso espelho interior das nossas almas e dizer para nós mesmas e para todos aqueles que quiserem nos ouvir:
? Eu nunca estive tão bem quanto hoje, eu sou MUITO FELIZ exatamente assim do jeito que sou, eu sou uma MULHER NÃO-GENÉTICA, eu sou UMA CROSSDRESSER !!!
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Conto - Mudanças
Anna Paula Jones - anna_pjones@yahoo.com.br
Tudo começou quando eu estava brincando com minhas irmãs, eu tenho duas irmãs, Linda que é 03 anos mais velha que eu, ela tem 16 e Denise minha irmã gemea, nós temos 13. Enquanto estávamos jogando a Linda decidiu que nós deveríamos brincar de vestir bem, o jogo favorito dela. Linda vestiu um lindo vestido e Denise também. Após terminarem de se vestir Linda olhou Denise e disse: temos de achar algo para o Denny usar. Elas olharam dentro do armário e separaram calcinha cor de rosa, sutiã e meias calças de mesma cor, uma anágua de tule branca bem armada e um lindo vestido cor de rosa, de festa, com mangas fofas, todo bordado e uma faixa para cintura com um lindo laço nas costas. Eu comecei a vestir, primeiro a calcinha, depois o sutiã e a meia calça, minhas irmãs me ajudaram a vestir a anágua pela minha cabeça depois o vestido também. Eu estava muito bonita, tinha uma pequena flor cor de rosa no decote. Eu não pude acreditar como fiquei bonita e o quanto era agradável vestir roupas femininas, eu nunca havia vestido qualquer coisa tão agradável antes. Sentei-me e vesti uns lindos sapatinhos, fui ao espelho e comecei a me exibir com minha roupa como tinha visto minhas irmãs fazerem para minha mãe. Minhas irmãs então começaram a me arrumar abotoando todos os botões que existiam nas costas. Então amarraram à faixa em minha cintura, pegaram uma escova de cabelos e me pentearam fazendo cachinhos como minha irmã Denise tinha. Era muito divertido vestir as roupas da minha irmã e estar muito parecida com ela, afinal éramos gêmeas. Nascia Anna Paula. Ficamos a tarde toda experimentando vestidos e roupas, vesti quase tudo que Denise tinha em seu guarda roupas! Como brincadeira, fomos todas apresentar para minha mãe a Anna Paula, desci as escadas e quando minha mãe me viu riu bastante e disse: Anna Paula você é uma menina linda. Não sei pôr que mais escutar isso me fez muito feliz. Adorei ser chamada de uma linda menina. Pôr favor se troquem meninas. Disse mamãe, esta quase na hora do jantar. Eu não quero que vocês estraguem seus vestidos lindos. Subimos para nossos quartos para trocarmos de roupas rindo como menininhas que nos éramos. Minhas irmãs tiraram seus vestidos e me ajudaram a tirar o meu. Eu odiei ter que tirar aquelas lindas roupinhas. Foi quando minha irmã sugeriu usarmos vestidos mais simples, de usar em casa. Deram-me um vestido rosa estampado, muito bonito, era de Denise. Rapidamente vesti e peguei sandálias de Denise. Descemos para o jantar. Minha mãe surpreendeu-se ao ver que Anna Paula tinha voltado e uma vez mais me disse o quanto eu era uma menina bonita.
Fiquei vermelha e minhas irmãs riram muito. Então a porta da frente se abriu. Era meu pai que chegava do trabalho. Viu minhas irmãs e ao me ver sorriu e estava confuso. Eu disse; oi papai, estávamos brincado de vestir bem e eu sou a sua filha mais nova Anna Paula. Ele me olhou de cima a baixo demoradamente então disse a minha mãe. Olhe temos três filhas lindas e sorriu. Jantamos, e não falamos mais sobre a nova menina da família. Eu e minhas irmãs fomos ajudar minha mãe com a louça e fomos para a sala ver TV. Na hora de dormir fomos para nossos quartos, que eram separados para nos prepararmos para deitar, nisso minha mãe entrou e me disse; achei que você precisava de ajuda para tirar essas roupas, e quando tirou meu vestido surpreendeu-se ao ver que eu estava de calcinha e sutiã, nossa você se vestiu complemente mesmo. Eu então tirei a calcinha e o sutiã e pus meu pijama para dormir e fiquei lembrando do quanto divertido e agradável tinha sido os momentos em que eu usei aquelas roupas. No dia seguinte nem dei importância a isso e sai para brincar com meus amigos. Passaram-se meses sem brincarmos assim novamente. Num dia chuvoso não pude sair para brincar e estava muito chateado e não havia nada de bom na TV. Mamãe notou que eu e minhas irmãs estávamos tristes e sugeriu que fossemos a um cinema e que tinha planejado uma surpresa para aquela tarde. Isso nos agradou bastante e concordamos na hora. Mamãe nos mandou tomar banho e pediu que minhas irmãs fossem primeiro. Concordei e ela me disse que não me preocupasse, pois ela escolheria minha roupa. Chegou minha vez e entrei no banho, ao sair minha mãe disse pra ir ao meu quarto para me trocar. Estava enrolado em uma toalha. Quando entrei no meu quarto tive uma surpresa, estava em minha cama um lindo vestido amarelo, calcinha, sutiã, anágua branca e um lindo sapatinho branco. Perguntei para minha mãe onde estavam as minhas roupas? Estava confuso. Ela respondeu ai mesmo na sua cama Anna Paula! Esta é a surpresa que mencionei. Eu estava atônito pôr ela me chamar de Anna Paula, pois muitos meses tinham se passado daquela primeira vez. Mãe, eu disse chorando, são roupas de menina, eu não posso usar. Mamãe riu e disse, você pode sim, lembra que você foi uma linda menininha? Ela ignorou meu olhar horrorizado afinal me preocupava em alguém me reconhecer, e ela disse: Não se preocupe ninguém o notará, já me ajudando a me vestir. Vamos senão chagamos tarde e perderemos o cinema. Mamãe me apressava enquanto ajudava a me preparar. Estava uma menininha linda. Mamãe me penteou com lindos cachinhos.
Desci as escadas e fui ao encontro de minhas irmãs que se espantaram ao me ver vestida daquele jeito. Mamãe, disse Denise, a Anna Paula vai conosco? E se alguém a reconhecer? Mamãe se apressou na resposta! Brincamos disso há umas semanas atrás e vocês gostaram, penso que será divertido, e ninguém vai reconhecer a Anna Paula. Ela esta uma menininha linda! Minhas irmãs adoraram a idéia e eu também, apesar de estar meio assustada. Mamãe passou um batom bem clarinho em meus lábios e disse finalmente estamos prontas meninas, agora vamos. Saímos em direção ao shopping. Lá o passeio foi ótimo, sem contar o filme, que também foi muito bom. Depois do cinema fomos para área de alimentação, depois de lanchar, tive vontade de ira ao banheiro, ai mais uma novidade para mim, minha irmã Linda me levou ao feminino. Quando eu pensava que o passeio estava terminando, mais uma surpresa, mamãe me levou para fazer compras, compras para a Anna Paula. Ela falou que eu deveria ter minhas próprias roupas, não poderia ficar usando as da Denise. Eu ganhei vestidos, saias, shorts, blusas, biquíni, maio, calcinhas, sutiãs, camisolas, sandálias, sapatos e também varias maquiagens. Eu estava confusa, e minhas irmãs também, no caminho de volta nossa mãe explicou que ela acharia muito interessante que lá em casa tivesse somente mulheres, pois o papai não vai mais morar com a gente, nosso casamento não estava mais dando certo e este era o final mais lógico, a separação. Assim a partir de agora, somos só nos mulheres. Já em casa, fomos guardar minhas novas roupas, ai mamãe falou que como falta somente uma semana para entrarmos de férias no colégio, eu continuarei indo como menino, mais a partir do ano que vem ela ira me matricular em outra escola, perto da casa nova, pois não continuaremos mais aqui. A vida esta mudando, e para melhor, eu chegava do colégio, tomava um banho e me vestia como Anna Paula, dormia de camisola, estava com as unhas dos pés pintadas de cor de rosa, só usava calcinhas, mesmo para ir ao colégio, debaixo das roupas de menino. Meu cabelo estava crescendo e já tinha feito um corte feminino que eu despistava usando um rabo de cavalo. Em fevereiro eu faço 14 anos e minha mãe resolveu que como eu vou mudar de escola, era melhor procurar um medico já, para tomar hormônios e ganhar uma aparência mais apropriada para uma garota. Estava adorando tudo, não sinto a menor falta de ser menino. Amava ser garota, com o tempo meu corpo começou a mudar, os seios começaram a crescer, os meninos agora me despertavam novos sentimentos, enfim tudo mudou, e mudou para melhor.
Fiquei vermelha e minhas irmãs riram muito. Então a porta da frente se abriu. Era meu pai que chegava do trabalho. Viu minhas irmãs e ao me ver sorriu e estava confuso. Eu disse; oi papai, estávamos brincado de vestir bem e eu sou a sua filha mais nova Anna Paula. Ele me olhou de cima a baixo demoradamente então disse a minha mãe. Olhe temos três filhas lindas e sorriu. Jantamos, e não falamos mais sobre a nova menina da família. Eu e minhas irmãs fomos ajudar minha mãe com a louça e fomos para a sala ver TV. Na hora de dormir fomos para nossos quartos, que eram separados para nos prepararmos para deitar, nisso minha mãe entrou e me disse; achei que você precisava de ajuda para tirar essas roupas, e quando tirou meu vestido surpreendeu-se ao ver que eu estava de calcinha e sutiã, nossa você se vestiu complemente mesmo. Eu então tirei a calcinha e o sutiã e pus meu pijama para dormir e fiquei lembrando do quanto divertido e agradável tinha sido os momentos em que eu usei aquelas roupas. No dia seguinte nem dei importância a isso e sai para brincar com meus amigos. Passaram-se meses sem brincarmos assim novamente. Num dia chuvoso não pude sair para brincar e estava muito chateado e não havia nada de bom na TV. Mamãe notou que eu e minhas irmãs estávamos tristes e sugeriu que fossemos a um cinema e que tinha planejado uma surpresa para aquela tarde. Isso nos agradou bastante e concordamos na hora. Mamãe nos mandou tomar banho e pediu que minhas irmãs fossem primeiro. Concordei e ela me disse que não me preocupasse, pois ela escolheria minha roupa. Chegou minha vez e entrei no banho, ao sair minha mãe disse pra ir ao meu quarto para me trocar. Estava enrolado em uma toalha. Quando entrei no meu quarto tive uma surpresa, estava em minha cama um lindo vestido amarelo, calcinha, sutiã, anágua branca e um lindo sapatinho branco. Perguntei para minha mãe onde estavam as minhas roupas? Estava confuso. Ela respondeu ai mesmo na sua cama Anna Paula! Esta é a surpresa que mencionei. Eu estava atônito pôr ela me chamar de Anna Paula, pois muitos meses tinham se passado daquela primeira vez. Mãe, eu disse chorando, são roupas de menina, eu não posso usar. Mamãe riu e disse, você pode sim, lembra que você foi uma linda menininha? Ela ignorou meu olhar horrorizado afinal me preocupava em alguém me reconhecer, e ela disse: Não se preocupe ninguém o notará, já me ajudando a me vestir. Vamos senão chagamos tarde e perderemos o cinema. Mamãe me apressava enquanto ajudava a me preparar. Estava uma menininha linda. Mamãe me penteou com lindos cachinhos.
Desci as escadas e fui ao encontro de minhas irmãs que se espantaram ao me ver vestida daquele jeito. Mamãe, disse Denise, a Anna Paula vai conosco? E se alguém a reconhecer? Mamãe se apressou na resposta! Brincamos disso há umas semanas atrás e vocês gostaram, penso que será divertido, e ninguém vai reconhecer a Anna Paula. Ela esta uma menininha linda! Minhas irmãs adoraram a idéia e eu também, apesar de estar meio assustada. Mamãe passou um batom bem clarinho em meus lábios e disse finalmente estamos prontas meninas, agora vamos. Saímos em direção ao shopping. Lá o passeio foi ótimo, sem contar o filme, que também foi muito bom. Depois do cinema fomos para área de alimentação, depois de lanchar, tive vontade de ira ao banheiro, ai mais uma novidade para mim, minha irmã Linda me levou ao feminino. Quando eu pensava que o passeio estava terminando, mais uma surpresa, mamãe me levou para fazer compras, compras para a Anna Paula. Ela falou que eu deveria ter minhas próprias roupas, não poderia ficar usando as da Denise. Eu ganhei vestidos, saias, shorts, blusas, biquíni, maio, calcinhas, sutiãs, camisolas, sandálias, sapatos e também varias maquiagens. Eu estava confusa, e minhas irmãs também, no caminho de volta nossa mãe explicou que ela acharia muito interessante que lá em casa tivesse somente mulheres, pois o papai não vai mais morar com a gente, nosso casamento não estava mais dando certo e este era o final mais lógico, a separação. Assim a partir de agora, somos só nos mulheres. Já em casa, fomos guardar minhas novas roupas, ai mamãe falou que como falta somente uma semana para entrarmos de férias no colégio, eu continuarei indo como menino, mais a partir do ano que vem ela ira me matricular em outra escola, perto da casa nova, pois não continuaremos mais aqui. A vida esta mudando, e para melhor, eu chegava do colégio, tomava um banho e me vestia como Anna Paula, dormia de camisola, estava com as unhas dos pés pintadas de cor de rosa, só usava calcinhas, mesmo para ir ao colégio, debaixo das roupas de menino. Meu cabelo estava crescendo e já tinha feito um corte feminino que eu despistava usando um rabo de cavalo. Em fevereiro eu faço 14 anos e minha mãe resolveu que como eu vou mudar de escola, era melhor procurar um medico já, para tomar hormônios e ganhar uma aparência mais apropriada para uma garota. Estava adorando tudo, não sinto a menor falta de ser menino. Amava ser garota, com o tempo meu corpo começou a mudar, os seios começaram a crescer, os meninos agora me despertavam novos sentimentos, enfim tudo mudou, e mudou para melhor.
terça-feira, 15 de julho de 2008
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